Minha Mãe...

Minha Mãe é uma Senhorinha, marcada pelo tempo e pela vida. Sabedora de mistérios que nem ouso imaginar.
Tenho muitos momentos vividos e marcados na alma, mas um que me ajudou a ser quem sou, aconteceu quando tinha apenas seis anos de idade. Foi quando encontrei uma ninhada de gatos abandonados e levei um para casa.
Lembro-me dela me dizendo que eu não podia ficar com ele porque meu pai não permitiria, depois dela me dizendo que se eu ficasse teria que cuidar do gatinho sozinha porque ela não teria tempo.
O gato ficou, e eu aprendi a me levantar sempre muito cedo para limpar a caixa de areia (essas de construção porque naquela época não existiam essas sanitárias), verificar água e por comida, tudo antes de tomar banho para ir à escola.
Sei que ela sempre verificou isso por mim quando não estava por perto, e que em silêncio cuidou daquele gato com muito carinho ainda que lhe faltasse tempo até para descansar.
Hoje compreendo que ao me deixar cuidar daquele gatinho “sozinha”, incutiu em minha alma o respeito às necessidades de um ser que dependia de mim. Ensinou-me a ter responsabilidade de uma maneira que livro nenhum consegue ensinar e é por isso que agradeço de ter tido a oportunidade de nascer sua filha.
Mãe, te amo.